Na ilha por vezes habitada
Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites, manhãs e madrugadas em que não precisamos de morrer.
Então sabemos tudo o que foi e será.
O mundo aparece explicado definitivamente e entra em nós uma grande serenidade e dizem-se as palavras que a significam.
Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas mãos.
Aí se contem toda a verdade suportável: o contorno, a vontade e os limites.
Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos ossos dela.
Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres como a àgua, a pedra e a raíz.
Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste.
(José Saramago in "Provavelmente Alegria")
Então sabemos tudo o que foi e será.
O mundo aparece explicado definitivamente e entra em nós uma grande serenidade e dizem-se as palavras que a significam.
Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas mãos.
Aí se contem toda a verdade suportável: o contorno, a vontade e os limites.
Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos ossos dela.
Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres como a àgua, a pedra e a raíz.
Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste.
(José Saramago in "Provavelmente Alegria")
1 Comments:
E o que é a vida? Não é o Amor na sua forma mais pura? Não é sabermos ser na nossa maior excelencia? Não é aprendermos com os nossos erros, cairmos e levantarmos nas sucessivas felicidades da nossa pequena grandeza? Cada um de nós é por enquanto a vida... isso nos baste, porque, apesar de nem sempre sabermos, já somos tudo aquilo que podemos vir a ser!
Parabéns pelo blog e um beijinho cheio de saudades =)********
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